Quem está na luta contra a implantação do CTR na Lixolândia, não luta apenas contra a força econômica da empresa Hastec, a força de Sergio Cabral e Eduardo Paes e os interesses dos políticos de Seropédica que entregaram a cidade para os interesses das ratazanas anteriores. Luta-se também contra a ansiedade, ausência de recursos, desorganização, desinformação e passividade da população. Essa é a sina de Seropédica, pois o que acontece agora aconteceu quando da implantação do posto avançado do pedágio. O pior de tudo é que não houve grandes aprendizados. Comete-se os mesmos erros.
Acima de tudo, convém lembrar, é extremamente difícil atrair (e manter) Seropedicenses para movimentos que vão defender seus próprios interesses. Repetindo uma sina bem brasileira, vive-se na Lixolândia a espera de alguém que fará tudo para todos. Essa passividade fez com que ela deixasse na mão de políticos incompetentes e mal intencionados os anos tenros do novo município: há 14 anos se caminha para trás, pois passou-se de produtor de areia para receptor de lixo. Além disso, como na Lixolândia quem mais oferece “bico” é a Prefeitura, as pessoas ficam com medo de participar porque pode comprometer o “bico” do filho, do cunhado, do genro etc. Deu no que deu: Seropédica virou a Lixolândia.
Com relação ao CTR, o que se sabe sobre todos os pontos disponíveis para analisar o problema? Onde estão as informações sobre as ações jurídicas? Em que pés elas estão? Onde está a cronologia do problema, localizando-a no tempo e no espaço? A que lógica respondem os eventos relativos ao movimento contra a implantação do aterro sanitário? Aliás, qual é o nome do movimento?
Pouco se sabe sobre o próprio movimento, que nasceu sim com a participação de pessoas interessadas em política, mas que trás ineditamente a presença maciça da Associação Comercial e de profissionais da Embrapa e da UFRuralRJ. Em tempos de redes sociais, ainda não se tem um site, twitter, facebook e ferramentas similares. Quem quer ficar a par do que acontece depende de boato. Não se conta com muitos apoios econômicos, e não se organiza o suficiente para levantá-lo. Age-se sem responder a uma lógica, uma estratégia de ação que trabalhasse mais com os recursos que se tem do que com os sonhos que movem as pessoas. Sai-se a luta diária sem se saber a qual objetivo aquela ação está associada, que metas precisam ser atingidas. O coração passa a ditar as ações contra o tempo, figura que ganha o status de principal inimigo.
E na onda do boato segue o movimento. Por exemplo, o show que aconteceu sábado (13/11) em Seropédica, um grande fiasco, foi promovido por quem? Pelo movimento ou pela Prefeitura? Foi consenso entre os dois? Qual foi o ISS acordado pela Prefeitura anterior para cobrar o CTR? A Prefeitura tem poder para fiscalizar o CTR ou isso é exclusividade do INEA, órgão que aprovou um aterro sobre um aqüífero?