quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Seropédica - 8-12-2010

A Câmara de Vereadores da Lixolândia promoveu, no dia 8 de Dezembro, Audiência Pública para discutir o Aterro Sanitário. Foram chamados para participar: a Prefeitura; a empresa Ciclus/Hastec, proprietária do empreendimento; a Reitoria da UFRRJ e professores envolvidos com pesquisas relativas a implantação do Aterro; o Conselho da Cidade; a Promotoria de Justiça; e o CREA.
O que foi apresentado durante a audiência não deixa dúvidas sobre quão estúpida é a decisão tomada pela prefeitura de Seropédica ao importar o problema sanitário da cidade do Rio de Janeiro. Isto pôde ser vista de várias maneiras, mas a mais forte foi um vídeo apresentado por professores da UFRuralRJ que visitaram o aterro de Adrianópolis, em Nova Iguaçu, de propriedade da empresa Ciclus/Hastec.
O vídeo mostra a degradação promovida pelo Aterro na região do seu entorno, dando ênfase a poluição da água, do solo e do ar, a invasão de moscas, aos ruídos provocados pelo transito continuo de caminhões e pela destruição dos já precários índices de qualidade de vida das pessoas ali residentes. O transito contínuo de caminhões promove o aumento de ruídos, a liberação de poeira e deixa rastros de chorume por toda a via. Quando chove, esta água poluída corre em direção ao solo e fontes de águas próximas, contaminando-os. Estudos feitos em laboratórios da UFRRJ comprovam a contaminação de material retirado da região do Aterro.
Em entrevistas com moradores foi relatada a perturbação provocada por moscas que atormentam a vida das pessoas e as expõem a doenças. Também foi relatado que a empresa não implementou nenhuma das compensações prometidas por ocasião da liberação da obra. A região que antes não tinha muito, ficou pior. Para constar, trata-se simplesmente de um Aterro Sanitário, sem qualquer projeto para produção de energia, o que pode vir acontecer aqui na Lixolândia. A estupidez toma outros contornos quando se realiza que o Aterro de Seropédica será 8 vezes maior do que aquele de Nova Iguaçu. Multiplicaremos por 8 os problemas vistos no vídeo. Precisamos disso?
Vale registrar, a Empresa Hastec não se fez presente. Mas esteve presente a maioria dos vereadores, o vice-prefeito, o secretário de meio-ambiente e o Reitor da UFRRJ. Evidentemente, fica uma pergunta: depois do que foi visto no filme, e ouvido dos outros palestrantes (sairá em outros posts), o que farão essas notáveis figuras públicas para impedir que Seropédica vire a lixeira do Rio de Janeiro?

2 comentários:

  1. Marco, só a vontade humana é capaz de reverter esse quadro?

    Seropédica a muito deixou de ser lembrada por ser a terra dos Paralamas, de ser a sede da Rural, da famosa Rua 7, do Clube Social, da Ecologia...

    Porém, o que mais me abismou essa semana, foi ver a notícia da construção de uma Vila Olímpica na cidade e, que será entregue a administração de um clube de futebol (Fluminense, atual campeão brasileiro e, meu time, por sinal). Acho isso um profundo desrespeito aos profissionais da cidade. Será que não há ninguém capacitado para gerir um equipamento desses? Será que a Prefeitura não poderia firmar um convênio com a UFRRJ para capacitar os profissionais de educação física da cidade na área da gestão esportiva? Será que só o status adquirido com nomes conhecidos é que trás retorno aos políticos e as políticas?

    O que você acha disso tudo?

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  2. Silvestre, desculpe-me pela demora. Estou meio esgotado com todos os fatos e fatos seropedicenses. A Lixolândi virou filial (feudo) da Charlândia, dizem. O comentário mais comum é que o prefeito vai todos os dias falar com o Príncipe Charles. Eu próprio já o vi saindo da prefeitura da Charlândia várias vezes pela manhã.

    Quanto a Vila Olímpica, digo me ser novidade. E passá-la para um Clube gerenciar é estranho mesmo. É mais uma dessas falácias e factóides que os políticos criam. De onde surge essa Vila? Digo idéia, recursos e iniciativa. Do nada ela aparece. Vou me inteirar mais sobre mais esse factóide. Com relação ao desrespeito e ao papel da UFRRJ, você está corretíssimo. Esse é mais um caso daquilo que chamo de falta de pontualidade da Rural: ela sempre chega atrasadas aos assuntos-chave do Brasil e do seu entorno. Veja o caso do lixo. Obrigado, amigo.

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