O prefeito Martinazzo deu a canetada suspendendo as obras do CTR. Suspendendo, mas não impedindo, barrrando, dando fim a conversa. Sob os argumentos de que detalhes ambientais precisavam ser equacionados, ele justificou que o projeto deveria ser revisto. Sabe-se que ele estava pressionado pela paixão dos moradores, muitos dos quais aderiram fielmente a sua candidatura a prefeito de Seropédica e que acompanharam com muito interesse e paixão a luta que transcorreu no âmbito jurídico. Aliás, demorou a se manifestar o prefeito.
Infelizmente ele não tocou no aspecto moral. O que é uma pena, pois Martinazzo tem um passado a defender, coisa que o ex-prefeito nunca fez questão de demostrar. Martinazzo foi aluno de graduação e pós-graduação em uma área fundamental para a preservação do meio-ambiente: agricultura. Ele teve informação técnica suficiente para ter uma posição mais firme com relação ao risco de se degradar um aquífero. Mais do que isso: quando apareceu para o cenário social e político de Itaguaí, ele era o político de Seropédica, então segundo distrito, que defendia uma mudança na maneria de se fazer política na cidade. Ele questionava abertamente os aspectos morais da política na cidade; falava dos aspectos técnicos que impediam a cidade de crescer; consquistou seu espaço junto aqueles que se rebelavam contra a situação, aproveitou-se de um sentimento de oposição e ajudou a alimentá-lo. No fim dos anos 80, Martinazzo foi a cara da oposição, juntamente com o ex-vereador Dalto Apolinário.
Martinazzo tem o que defender, e não são interesses de agora, pontuais. Se quer marcar seu nome na história, basta ele preservar a própria história. Ele tem condições para dar um novo rumo a essa sinistra implantação do CTR em Seropédica, e sem temer a insatisfação dos governos do Estado e da cidade do Rio de Janeiro. Alguns falam que podemos ser retaliados. Retaliados, como assim? Em que ano estamos? Estamos na idade média? Não, estamos em um outro tempo, este que conta com o suporte da tecnologia, como essa aqui utilizada. Há meios para tornar público qualquer atitude perversa feita por um governante. Há mais transparência.
O mais importante é que não podemos acreditar que há o que Sergio Cabral e Eduardo Paes, atuais ocupantes dos cargos citados, possam oferecer a Seropédica para compensar os custos de se ter aqui o CTR, sem que antes tentássemos outra maneira de crescer e nos desenvolver econômicamente. Perdemos 14 anos com governos mal sucedidos em Seropédica. Podemos ficar mais alguns pensando num projeto consistente para o desenvolvimento de Seropédica.
Martinazzo pode ir alem do aspecto ambiental que justifica a canetada pontual dele. Ele pode fazer o que o ex-prefeito não fez: pode fazer um plebiscito. Ele pode convocar a sociedade seropedicense para discutir e dizer se quer ou não o CTR; pode chamar os profissionais da UFRuralRJ para discutir novos rumos para Seropédica. Martinazzo pode, e as pessoas acreditam que sim. Ele pode mudar a história de Seropédica, impedir que ela seja a lixolândia, lugar de lixo feliz.
Martinazzo, faça de Seropédica uma cidade de gente feliz.
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